Recentemente trabalhando para um patrocinador da Formula 1 durante o GP Brasil ouvi que Interlagos está obsoleto, considerando a idade do autódromo e as pouquíssimas atualizações feitas ao longo dos anos de administração pública do mesmo.
A reclamação é sempre a mesma: boxes pequenos, asfalto com ondulações, acesso cada vez mais complicado, segurança e etc.
O que me surpreendeu, para um amante, porém nada especialista, da velocidade, foi o sério comentário de que Interlagos está também tecnicamente ultrapassado. Apesar de ser clássico e nostálgico, ele atualmente destoa das demais pistas do circuito mundial, repletos principalmente de curvas de alta velocidade, além de muita modernidade e tecnologia fora da pista.
Isso causará, ou já está causando, um problema para o futuro da categoria aqui no Brasil: a falta de talentos preparados para disputar, de forma competitiva, o circuito da F1.
Interlagos é o berço e a escola de nossos pilotos desde o tempo do Emerson, do Senna, do Carol e do "Moco", que dá nome ao autódromo.
O problema é que nosso berço está perdendo a capacidade de atender, ou preparar, de forma adequada, novos talentos aptos a se lançarem na categoria e serem competitivos.
Como, apesar de Goiânia e do falecido Jacarepaguá, e mais uma vez por incompetência e pelo modelo errado de administração pública dos palcos do nosso esporte profissional (campos, ginásios e pistas), praticamente não existe outro circuito de nível no Brasil, existe uma ameaça enorme de que a atual "maré baixa" que a categoria vive no Brasil, com ausência de títulos e novos ídolos, se prolongue por mais tempo, fazendo com que a F1 deixe de ser "o 2º esporte do país", como uma certa emissora gosta de dizer.
Uma pena. O automobilismo também está carente de investimentos na base, como aliás, todo o esporte brasileiro...
Aliás, falando "nela", aí vai a explicação do título desse post, que serve como provocação às mentes dos leitores desse blog.
O espaço do basquete na TV está aumentando, apesar da CBB, na minha visão, estar fazendo bem menos do que deveria em todos os aspectos.
Isso é mérito da Liga, do Kouros, dos times e de mais um monte de gente séria, além da disposição da Rede Globo - justiça seja feita.
Considerando um Brasil, o país das concessões públicas de Rádio e TV, onde não se tem grade de programação disponível, gosto muito de pensar que o espaço que o basquete está conquistando (final do NBB ao vivo na TV aberta em 2012 e agora jogos ao vivo rigorosamente todo sábado às 16hs no SPORTV, são exemplos claros) pode ser um test-drive da emissora para que o basquete possa, em pouco tempo, substituir o espaço do vôlei, que "pertencia" ao basquete 25 anos atrás, ou mesmo da famosa e glamourosa Fórmula 1!
Food for thought...