Esse episódio contra civis em Boston revolta a todos, mas
fere de forma diferente e adicional os praticantes de esporte e quem está nos
bastidores dos eventos esportivos.
Apesar de, infelizmente, não ser uma novidade (vide Munique
e Atlanta), atentados contra a vida em eventos esportivos é algo que nos coloca
a pensar.
Apesar de estarem mais preocupados em não perder cargos e
poder sob a ameaça de denúncias e histórico negativo, os dirigentes e membros
dos tais comitês, deveriam enxergar tal episódio como um alerta para
cidades-palco de eventos esportivos, ou cidades-sede para usar um termo
atualmente muito usado por nós brasileiros.
E redobrar a atenção em algo que realmente importa.
Tenho visitado as cidades-sede da Copa das Confederações
(50% da Copa do Mundo) e não vejo nenhuma preocupação com a segurança.
Outro exemplo: Na minha lista de jobs esportivos realizados,
no fim do ano passado, operei com minha equipe a ativação em formato de
Hospitality Program (leia-se Area VIP e tudo relacionado a ela) para um
patrocinador oficial do GP Brasil de F1.
Um dia antes de tudo começar, uma quinta feira, fui a
Interlagos para uma checagem final e, sem nenhuma credencial ou identificação,
e também sem tentar burlar nada, passei por 02
portões com 02 seguranças cada que me liberaram apenas ao ouvir minha
explicação que “trabalho para a marca X e preciso checar a área VIP”.
Avançamos, de carro, ate o acesso ao Paddock, passamos por
todo o box, e alcançamos 03 espaços que receberiam, a partir do dia seguinte,
uma média de 1000 pessoas, divididos entre 03 espaços conectados.
Detalhe: comigo estavam mais 02 pessoas da minha equipe, os
03 com mochilas, mais um carro....
A instalação de um artefato para acionamento à distância 01, 02 ou 03 dias depois, seria algo simples de ser aplicado por um especialista.
O Brasil, pelo seu histórico pacifista, pode não ser alvo,
mas pode ser palco de um atentado de grandes proporções e isso pode ser evitado
com a tomada das devidas e antecipadas providências.